Devaneios... Nada mais...

domingo, junho 06, 2004

Monólogo de treta...

Hoje estou triste! Lembro-me perfeitamente do dia em que criei este blog. Nessa altura ainda a febre dos blogs andava no ar e toda a gente achava engraçado. Lá criei isto, enviei uns convites a uns quantos amigos que se mostraram interessados em participar e "a bola estava a rolar". Porém foi sol de pouca dura. Rapidamente me tornei no único dos Contributors activos... Ou seja, a conversas de treta tornou-se no monólogo de treta! Só resto eu a dizer o que me vai na real gana, e por vezes dou mesmo por mim, a de alguma maneira responder aos meus próprios posts! Que degradante! Porque continuo então? Existem alguns motivos: quem corre por gosto não cansa. Há quem goste de fazer yoga, ou ler um livro, ou mais degradante ver programas de TV de qualidade duvidosa. Eu gosto de escrever de vez em quando... Apesar de ser só baboseiras, também elas de qualidade duvidosa, é uma das minhas de aliviar de algum modo, o meu stress. Outro motivo é ter algum feedback positivo de algumas pessoas (poucas mas boas!). Existem mais alguns motivos, mas não digo mais para não manchar o meu bom nome... :P E assim dou continuidade ao meu monólogo de treta...

Física...

O mundo era tão melhor se todas as pessoas soubessem um pouquinho de física... Senão vejamos... Uma coisinha simples: para toda a acção há uma reacção... Aplicando no dia a dia, quantas asneiras poderiam ter sido evitadas se se pensasse que uma determinada acção que tivessemos feito, ia ter uma reacção (às vezes bastava pensar e ponto final... mas isso é outra história). Pensemos também que outra acção teria uma reacção, desta vez positiva. Não poderiamos ter feito tantos gestos simples, uma simples palavra amiga, um telefonema, agora na época digital, uma mensagem, que teria feito uma diferença enorme para alguém... Agora uma das minhas teorias preferidas: "Tudo é relativo." Não é preciso pensar muito para verificar que no quotidiano também se pode empregar muito bem. O que para mim é algo banal, para outra pessoa pode ser uma coisa fantástica, e vice-versa. O que para mim é uma coisa díficil para outra pessoa pode ser a coisa mais simples à face do Universo. Não nos compreenderiamos muito melhor se nos apercebessemos destas pequenas coisas? E melhor ainda, se simplesmente pensassemos um bocadinho? Sei que nos dias que correm as pessoas não têm muito tempo para estas coisas, mas era bom saber que havia alguém que considerasse por em prática estas hipoteses...
Para quem neste momento pensa que o que disse, acabaria para sempre com a espontaneadade, a surpresa na vida há tempo para tudo!

sexta-feira, junho 04, 2004

Carta...

Lembraste da primeira noite?
Sob o crepúsculo do que se adivinharia ser apenas mais uma noite de queima, a nossa vida mudou. Combinámos ir todos à queima, e nesse dia ir ver o imperdível concerto de Clã. De repente a Manela começa a cantar:

"O meu lado esquerdo
é mais forte do que o outro
é o lado da intuição
É o lado onde mora o coração
O meu lado esquerdo
Oriente do meu instinto
É o lado que me guia no escuro
É o lado com que eu choro e com que eu sinto
Meu é o meu foi o meu lado esquerdo
Que me levou até ti
Quando eu já pensava
Que não existias para mim no mundo
O meu lado esquerdo não sabe o que é a razão
É ele que me faz sonhar
É ele que tantas vezes diz não
Meu é o meu foi o meu lado esquerdo
Que me levou até ti
Quando eu já pensava
Que não existias para mim no mundo".

Nesse momento em que a música começa a embalar a embalar a multidão, temos o impulso de olhar para o lado. A toda a nossa volta só se via casais de namorados agarrados, contagiados pela força da música mostrando ao mundo que o amor existe. Num impulso demos uns poucos de passos atrás para não estragar a magia do momento. E foi aí que nos perdemos... Perdemos do resto das pessoas com quem vínhamos e perdemo-nos no amor... Os nossos lábios tocaram-se e o tempo parou, à nossa volta estavam milhares de pessoas mas não existia ninguém. Estávamos apenas nós os dois naquela dimensão e tudo era perfeito. Nesse dia a lua estava cheia e bem perto da Terra. Deitamo-nos lado a lado na relva e ficamos a olhar o Céu. A olhar o Céu não... As nossas almas tocaram-se... Estávamos na realidade no Mar da Tranquilidade observando na Terra aquelas duas formas de vida, rejubilando por saberem que o Amor existe, percebendo que por vezes Ele está mesmo ali ao nosso lado e ao alcance de um mero beijo.

Um ano passou e o que temos? Os primeiros meses foram extasiantes. Telefonemas a toda a hora, mensagens todos os minutos. Todos os dias um tempinho reservado para fazer o balanço e matar as imensas saudade... E depois? Tudo se foi perdendo... Já não podias sair todos os dias, as nossas conversas deixaram de ser íntimas e companheiras, passando a ser um mero acto de cortesia, temendo por um minuto de um silêncio comprometedor e assim nos fomos afastando. Estamos agora na altura em que somos namorados apenas de nome, acomodados ao facto de ser mais confortável essa situação do que romper e cair no pacote do "sozinho e descomprometido".

Hoje foi a vez dos Toranja actuarem... Desta vez não estava contigo a ver o concerto... À medida que cantavam,

"Não falei contigo
com medo que os montes e vales que me achas
caíssem a teus pés...
Acredito e entendo
que a estabilidade lógica
de quem não quer explodir
faça bem ao escudo que és...

Saudade é o ar
que vou sugando e aceitando
como fruto de Verão
nos jardins do teu beijo...
Mas sinto que sabes que sentes também
que num dia maior serás trapézio sem rede
a pairar sobre o mundo
e tudo o que vejo...

É que hoje acordei e lembrei-me
que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é feita de papel
Nela te pinto nua
numa chama minha e tua.

Desconfio que ainda não reparaste
que o teu destino foi inventado
por gira-discos estragados
aos quais te vais moldando...
E todo o teu planeamento estratégico
de sincronização do coração
são leis como paredes e tetos
cujos vidros vais pisando...

Anseio o dia em que acordares
por cima de todos os teus números
raízes quadradas de somas subtraídas
sempre com a mesma solução...
Podias deixar de fazer da vida
um ciclo vicioso
harmonioso do teu gesto mimado
e à palma da tua mão...

É que hoje acordei e lembrei-me
que sou mago feiticeiro
e a minha bola de cristal é feita de papel
Nela te pinto nua
Numa chama minha e tua.

Desculpa se te fiz fogo e noite
sem pedir autorização por escrito
ao sindicato dos Deuses...
mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
como refúgio dos meus sentidos
pedaço de silêncios perdidos
que voltei a encontrar em ti...

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro...

...nela te pinto nua
Numa chama minha e tua.

Ainda magoas alguém
O tiro passou-me ao lado
Ainda magoas alguém
Se não te deste a ninguém
magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado.",

percebi.... grande parte dessa música era sobre ti... Há um ano atrás fui iludido pela sofreguidão da paixão e fiz de ti algo que não eras... Preciso de alguém que quando toque uma valsa dance comigo, mesmo que seja a pior bailarina do mundo. Preciso de alguém que não tenha medo de usar palavras como amor ou apaixonado ou apaixonada. Preciso de alguém que goste do que eu goste. Preciso de companheirismo. Preciso de cumplicidade. Preciso de alguém que me ame incondicionalmente…

Resta-me agora tirar da rádio e de todos os aparelhos esterofónicos a nossa música, de enterrar as nossas fotos num lugar escuro no fundo de uma gaveta escondida num móvel qualquer, de mudar o teu número de telefone na minha lista, de mudar hábitos que tanto prezava, como ligar-te as 3h da manhã só para ouvir a tua voz, e apesar de já estares a dormir, nunca te chateavas e docemente desejavas boa noite. O que não sabiamos é que da mesma maneira que é tão fácil apaixanomarmo-nos por alguém ou por uma ideia, também é tão fácil desapaixanomarmo-nos...

E assim chega ao fim esta etapa da nossa vida... Algumas boas recordações certamente ficarão para sempre. As más, o tempo encarregar-se-á de as apagar. Ficamos, porém com a certeza que não fomos feitos um para o outro e com a consciência tranquila de não ter perdido uma oportunidade que mais tarde poderia dar lugar a arrependimento e a um grande "E SE AO MENOS TIVESSEMOS EXPERIMENTADO..."

José...

"Ri... e o mundo rirá contigo; chora... e tu chorarás sozinho." -Ella Wilcox

José… Chamemos-lhe José… Ou melhor, como estamos em Portugal, Dr. José… (porque neste país quem concluí com sucesso, e muitas vezes mesmo sem sucesso, deixa de ser uma pessoal normal e passa a ser Dr., Dr.ª, Eng.º, Eng.ª, etc. num qualquer estado de “auto-Deusificação”… são as maravilhas de viver num país em que a mentalidade das pessoas ainda é muito estreita e rudimentar!) Dr. José era daquelas pessoas especiais, admirado por muitos, invejado por mais. Tinha tudo. Empresário de sucesso, uma noiva fantástica (não daquelas fabricadas numa clínica qualquer… uma mulher bonita, culta, interessante e invulgar), amigos q.b. , saúde de ferro. Apesar de todo o seu sucesso como empresário ligava pouco a dinheiro. A sua prenda ideal eram coisas mais pessoais, coisas simples como uma simples carta. O que mais gostava no mundo era aquilo que o dinheiro não podia comprar como um passeio ao pôr-do-sol, o som do riso, o chegar da primavera, entre muitas outras. A sua mentalidade era coisa rara… Não podia ver uma pessoa carente de ajuda, que não hesitava em pôr mãos à obra e tentar ajudar nesses problemas desse alguém. Acreditava que os amigos são para as ocasiões (fossem elas tristes ou alegres), que o amor movia mundos e fronteiras, e que no fundo o mundo era um sítio excelente para viver e a Vida algo de maravilhoso… Obviamente não era um santo… Como todos os habitantes deste planeta, tinha as suas falhas, tais como o orgulho. Há ainda umas características que não sei ao certo em que parte encaixar, se nos defeitos, se em virtudes: a sua inocência e ingenuidade… Penso que serão defeitos… Com o decorrer da história, certamente perceberás porque fiz essa avaliação.
Quem não o conhecesse decerto sentiria uma ponta de inveja… Os seus amigos viam-no quase como um monge… Sabiam que ele estava sempre presente quando precisavam fosse do que fosse, que os problemas não batiam à sua porta e que estava sempre em “maré alta” e nunca ninguém o viu triste ou desanimado. Mas os amigos não são só para os problemas, e inevitavelmente em todas as “festas” ou “desculpas para festas” lá estava ele…
No amor… ai o amor… Como não podia deixar de ser, era um romântico nato… Jantares ao pôr-do-sol numa praia deserta, cartas de amor, poemas, serenatas, etc. Ela por sua vez, parecia em sintonia completa com ele. Ele dizia mata, ela esfola. Qualquer pessoa que passasse por este casal não deixava de ficar enternecida…
A sua vida era um mar de rosas…
Só que a vida não é um mar de rosas, como todo o comum mortal sabe…
Certo dia chegou a casa, e quando se preparava para tomar um relaxante banho foi interrompido por um telefonema de Dr.ª Catarina, a sua noiva. Tinha uma novidade fantástica para lhe dar e que exigia ser comemorada…
O seu Mercedes, acabado de comprar, rapidamente os levou a um pacato restaurante na zona da Foz, virado para o rio Douro.
“- Pikachu, estou mesmo feliz… Tenho uma notícia fantástica para te dar!” exclamou Dr.ª Catarina enquanto decidiam o que haviam de jantar.
“- Recebi uma proposta do banco para ir trabalhar para uma sucursal em Castelo Branco. É excelente! Aumentam-me o salário em cerca de 50% e dizem que tenho sérias possibilidades de subir rapidamente no quadro.”
“- Muito bem! Parabéns! Isso é para entrar em vigor quando?” perguntou Dr. José, esperando que a proposta tivesse sido recusado e tentando organizar as suas ideias sobre se tal situação era de facto boa, ou não.
“- Querem que no início da próxima semana entre ao serviço lá. Quinta-feira tenho de ir lá tentar encontrar um sítio onde ficar enquanto não tenho o meu próprio espaço.”
A muito custo esboçou um sorriso amarelo. As palavras fugiam-lhe, não conseguia dizer nada. Tem de ser uma brincadeira dizia para si mesmo vezes conta. Inconscientemente soube que aquilo era o início do fim. Era um dos seus primeiros e mais duros encontros com a vida real. Afinal o que se diz na TV, rádios, jornais em crónicas, artigos, documentários elaborados por psicólogos, sociólogos e outros ólogos era mesmo verdade… A carreira e o dinheiro era a prioridade número 1 do ser humano moderno… Coisas como felicidade, partilha, bem estar, e outros valores há muito fora de moda, eram factos suplementares… São algo a atingir depois de ter dinheiro, notoriedade, fama… Por sinal todas elas coisas altamente voláteis… Para Dr. José, essas coisas eram as verdadeiras suplementares. O que interessava era a felicidade, o amor, os amigos, viver bem consigo próprio, fazer o que se gosta. No entanto, ali à sua frente estava a pessoa que escolheu para na história da sua vida, ajudar a representar o célebre “… e viveram felizes para sempre…”, dizendo que a sua situação actual não era a que esperava e que tinha de mudar por cerca de uns meros 600€… Parecia que lhe tinham espetado uma faca no coração… A sua visão do amor tinha sido dissolvida em apenas 5 minutos… As únicas palavras que conseguiu dizer foram:
“- E nós?”
“- Nós… Teremos de fazer um esforçozinho adicional… Temos os fim-de-semana e podemos falar todos os dias… Para isso existem os telefones…” respondeu-lhe de um modo algo sarcástico, “Além disso não tenciono ficar naquele fim do mundo para sempre! Serão só uns anos até ser promovida.”
“- E és promovida e vais para onde? Algarve, Alentejo, Lisboa?”
“- Bolas! Isto é uma coisa boa! Que egoísta!”
“- Desculpa. É apenas medo de te perder… De certeza que vamos ultrapassar isto facilmente!”
Tal não podia estar mais longe da realidade…
6 semanas passaram até o primeiro fim de semana que passavam inevitavelmente juntos não ter lugar, devido a um qualquer problema ter surgido à ultima da hora… Entretanto os telefonemas que inicialmente eram bi, tri, tetra, penta, hexa, centum, mille diários passarem a ser apenas diários, para passarem a acontecer apenas de dois em dois dias, para semanais, até só se falarem no fim de semana. E nesse fim-de-semana não se falaram… E na sétima semana tudo acabou… Ao entrar em Castelo Branco, Dr. José teve uma má sensação, como de algo de errado estivesse para acontecer. Se não o conhecesse bem, advinharia-lhe capacidades de vidente. Nesse fim de semana soube da notícia que mais receava… Dr.ª Catarina tinha conhecido uma pessoa nova… Segundo ela a sua cara-metade, se é que tal existe… E assim terminava uma relação de 5 anos… A sabedoria popular baseia-se sempre na realidade, e a realidade é que “longe da vista, longe do coração”…
Os meses que se seguiram foram igualmente difíceis… Inicialmente tentou espantar os seus fantasmas sozinho… Tentou ir a todas as “festas” e “desculpas para festas”, encontrar-se o mais possível com seus amigos… mas o seu comportamento não era mais o mesmo… No lugar da pessoa faladora e aberta estava agora alguém pouco dado a conversas e de sorriso difícil… Algo que também não o ajudava era todo o mundo da sua convivência andar comprometido e graças a isso sentir-se inúmeras vezes a mais ou um simples empecilho… Entretanto o seu comportamento mudou… Lentamente deixou de estar com os amigos, refugiando-se cada vez mais no seu ridículo dia-a-dia, de casa-emprego-casa… Quando nada tinha que fazer ligava a TV e ficava horas a fio, deitado no sofá ou na cama, queimando os seus neurónios com programas de qualidade duvidosa… Seus ditos amigos, há muito o haviam julgado… Classificavam-no agora: “Egocêntrico, mania da grandezas, e mania de pensar que é bom de mais para falar connosco”. Esta foi a segunda vez que teve de encarar a realidade… Nunca na sua vida tinha precisado realmente de ajuda… Nunca soube que hoje em dia as pessoas vivem olhando para o seu umbigo, que tudo à sua volta lhes passa ao lado e que não percebem quando alguém precisa de um ombro amigo. Os seus amigos não conseguiram perceber que Dr. José, não era o Homem de Ferro, a quem nada, ou ninguém o conseguia afectar… que era apenas uma pessoa de carne e osso, com os seus altos e baixos como todas as outras… Dr. José ficou a saber que quando precisou de ajuda, devia era ter gritado e esperneado até alguém notar e lhe estendesse o braço, para o tirar do rio de agonia no qual estava a ser levado…
Dr. José está agora num coma profundo numa unidade hospitalar, vítima de um acidente de automóvel, quando conduzia a mais de 180 Km/h depois de ter bebido um pouco demais…
Hoje não me consigo olhar ao espelho… Sinto vergonha… Dr. José considerava-me e eu considerava-o em tempos o melhor amigo… Absorto na minha ridícula vidinha, não fui capaz de ver que o meu melhor amigo precisava de uma tábua de salvação, de pelo menos uma palavra amiga ou de conforto… Para mim Dr. José não está na sua situação actual, vítima do álcool e de condução irresponsável mas vítima de uma sociedade em que os sentimentos e valores escasseiam… Só me leva a pensar em que mundo vivemos, e para onde vamos… Afinal o ser humano não é nada de especial, não é o ser dominante… É apenas outro ser vivo em que a lei do mais forte predomina, e o que interessa é a propagação da espécie… O que nos reserva o futuro? Algo de muito mau… Provavelmente, cada um será responsável pelo seu trabalho, escrupulosamente cumprido sem olhar a meios, e uma nova profissão surgirá que será a de ter filhos, visto o resto da população estar demasiado concentrada no seu trabalho e não ter tempo para tal coisa…
Nesse dia todos os seus amigos e conhecidos juntaram-se no hospital… Como é irónico… e provavelmente demasiado tarde…
Quantos aos outros não sei… mas certamente terei um pesado fardo e sentimento de culpa para enterrar… E foi preciso o meu querido amigo ficar em coma para me aperceber de quão triste e mesquinho é o mundo…



quinta-feira, junho 03, 2004

Memórias...

Aqui há uns tempos atrás uma amiga minha perguntou qual as primeiras coisas que salvava caso a minha estivesse a arder. A resposta que para muitos saltaria à vista era as coisas valiosas, tipo ouro, roupa, etc. No entanto surge a pergunta pertinente: Será que essas são as nossas coisas mais valiosas? E as nossas memórias? Fotos, cartas (especialmente as de amor, como diz a música, quem as não tem?), e outras coisinhas que nos transportam por uma viagem alucinante pelo passado? Não será isso mais valioso que todo o resto do recheio da casa? Essas coisas, o dinheiro não pode comprar... são pedaços da nossa vida! Chamem-me o que quiserem, mas detestaria ser amputado de pedaços da minha vida... As nossas memórias, apesar de passadas, fazem-nos andar para frente. Algumas ensinaram-nos boas lições, outras nem por isso, algumas são recordadas com alegria, outras com pesar mas sejam de que tipo são orgulhasosamente nossas!