Devaneios... Nada mais...

terça-feira, outubro 31, 2006

Pedro e Inês, revisited

Apesar de alguns factos históricos serem correctos dentro do possivel, obviamente trata-se de ficção.
(Insultem-me à vontade!)



Ano: 1375
Deixem-me contar-vos a minha história. Recuemos 20 anos.

Não se pode dizer que o país vivia tempos turbulentos. Estava tudo calmo. Em poucos anos tudo mudou.
Juntamente com os meus grandes amigos, Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves, frequentava assiduamente a corte e os desígnios do país mexiam connosco. Participavamos activamente para que todo o reino vivesse melhor.
O casamento do Pedrinho, perdão, do príncipe Pedro avizinhava-se e começava-se a sentir no ar o alvoroço de tal festiva ocasião. O nosso príncipe teve particular sorte na sua dama. Constança era uma mulher deveras interessante e de uma linhagem como poucas que traria um novo alento às relações do reino com Castela.
O tempo passou, o casamento deu-se e tudo parecia correr bem até chegar aquela malfadada aia que se dava pelo nome de Inês! Vi logo que uma mulher tão bela e sensual não poderia ser uma mera aia da nossa futura raínha! Era descendente dos Castros! Essa bastarda havia sido educada apenas com um intuíto: minar o reino português! Exercer influência sobre quem tem mais poder, ou viria a ter... Mau sinal mas quantas vezes nos enganamos e o que parece é apenas ilusão e a verdade está longe?
Infelizmente a primeira impressão era a que estava certa. Pouco tempo depois Pedro ficou cego! Deixou-se levar pelos encantos do corpo e pela manha daquela criatura! Cada dia que passava, Constança era mais posta de parte. Tal não podia continuar. Uma luz surgiu com o nascimento do filho varão de Pedro e Constança. De acordo com a igreja, uma relação entre um dos padrinhos e um dos pais de uma criança é algo de terrível, mesmo incestuoso. Constança convida então Inês para madrinha do seu filho varão.
A resolução do problema parecia estar à vista. Nada poderia estar mais errado. O que resultou foi na morte do inocente filho de Pedro e Constança. Fontes seguras, dizem que a trágica situação tinha um dedo de Inês.
Cada vez as débeis relações com Castela estavam mais fragilizadas e cada vez mais o príncipe era bombardeado por ideias dos malvados Castro.
O Rei precisava de fazer alguma coisa e a solução foi exilar Inês no castelo de Albuquerque. Finalmente chegaria a paz, pensavamos todos. No entanto o príncipe e Inês continuaram a trocar correspondência e no fatídico dia de 13 de Novembro de 1345, Contança morre a dar à luz o pequeno Fernando.
Isto só trouxe complicações! Pedro tinha agora uma oportunidade para voltar para Inês! Seria a desgraça! Cada vez era mais corrompido pelas ideias dos Castros e caso continuasse com esta influência demoníaca, o reino atravessaria tempos dificeis. Pedro resgatou-a de Albuquerque e diz-se que casaram em Leça do Balio, através de um padre renegado. De lá foram para Coimbra. A pressão de Castela era cada vez maior. O principe estava cada vez mais radical e tresloucado. Era necessário fazer algo mas as soluções escasseavam.
Aiiii... Como cega o amor! A única saída possível parecia ser terminar com a vida de tal vil criatura. A responsabilidade era grande e eu, Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves ficamos com o peso da responsabilidade de cometar tal atroz acto.
A 7 de Janeiro de 1355 engendramos o esquema e tratamos de levar o plano avante. O que aconteceu depois foi terrível! Estavamos todos longe de saber que tal acção faria o querido Pedro revoltar-se contra o pai e iniciar uma guerra! Graça a Deus pela sábia Beatriz que conseguiu com que a paz voltasse. Entretanto Pedro ficou sedento de vingança. Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves foram já assassinados. Trespassados pelas costas por uma espada... que atitude cobarde! Não mais se lembra de quem esteve sempre do seu lado durante a infância? Que triste! Resto eu, que vou vagabundeando de sítio em sítio sempre a olhar por cima do ombro. É uma história triste. O povo provavelmente não saberá metade do que passou. Preferirá sempre a visão romântica de um príncipe que encontra o seu amor de um modo inesperado. Preferirá as lendas do amor impossível que só não vence devido a uns odiosos seres que sem motivo matam a sua amada... Constança essa será mera figurante e nunca será raínha. O resto não será importante.

Está na hora de partir. Até à proxima!

4 comentários:

ana do ar disse...

tem joaquim rocha escrito em todo o lado! :p e muito bem escrito, por sinal! eheheh

gostei!

Q disse...

tem??? é pá... isso deve ficar um pouco confuso... tenho de tirar essas palavras de lá. aproveita e aponta o sitio onde estão para tirar... eheheh

Nandinho Jr. disse...

nem tudo o que parece é...
genial!

ana do ar disse...

isto esta bonito!
:)