(continuação)
Nota: De regresso à Insónia... Ainda são textos antigos... E vão com as notas pessoais, comentários, etc.... Não me apetecia estar a reler, formatar o texto, e arranjar... Quiçá mais tarde farei isso...
- Bem mas agora diz lá o que ficou pendente antes de ir para a Áustria…
Que coisa romântica para dizer depois tal situação…
- Diz… Desculpa não ouvi… Entra… Não vamos ficar à porta…
Sentamo-nos no sofá frente a frente…
- Bem… -digo.
-Pois… - responde-me.
Ficamos ali uns largos minutos a olhar um para o outro… Será que fiz bem?
- Vou aproveitar para dizer o que era para dizer antes de ires para fora…
Levanta-se e vem ao meu encontro… Pega-me na mão e levanta-me… Surge um demorado beijo… Os nossos lábios tocam-se… Roubou-me um beijo… ( ;) ) Puxa-me para o quarto... Para quem andava tão indecisa, de repente está muito segura…
Caímos na cama beijando-nos loucamente e sem dar conta conduz-me à posição do missionário… Bolas (até o nome que lhe dão é sombrio)?! Começou mal… Era impossível ter tornado isto numa situação mais vulgar… Sinceramente… Enfim… Lá estamos naquilo até que acabamos… (acho eu… porque com as mulheres…).
- Obrigado… - diz-me ela.
Obrigado???? De certeza que nem eu nem ela fomos obrigados… e isso é coisa que se diga???
Respondo-lhe com um:
- Amo-te.
Ele retorque com um:
- Ahhh…
Ahhhh??? Mais uma vez surpreendeu-me… Tento adaptar o provérbio de “quem cala consente” para “quem diz ahhh consente”, enquanto ela se vira para o outro lado caindo num sono profundo. Que triste!!! Foi isto? Que desilusão… Se calhar é normal… Afinal foi a nossa primeira vez juntos e numa situação em que perdemos o controle rapidamente… Enfim… Mas não me sai da cabeça… E isto não me deixa dormir. Fico algumas horas a passear por pensamentos nunca antes navegados até que consigo adormecer…
Acordo… São 8h30… Tenho de me arranjar e ir para a Boavista… A cama está vazia… Onde está a Nokinhas? Em cima do seu travesseiro encontro um bilhete…
“Bom dia querido!!!
Desculpa não ter esperado mas tinha de estar na faculdade muito cedo…
Telefona-me quando acordares!
Muah…“
Que bela maneira de acordar depois de uma noite destas!!! Era a ultima coisa no mundo que estava a espera… Espero que tenha sido por algo importante… Bom… Foi um começo
(isto é mais pra adiante)
Naquele momento parece que o tempo parou… Flutuamos pelo Universo rendidos à magia do momento… Ao nosso lado vemos Adão e Eva, Romeu e Julieta, Napoleão e Antonieta, D. Pedro e D. Inês…
(isto vai mais para diante…)
Estou de novo sozinho…
Toda a nossa vida somos bombardeados com histórias intermináveis de amor em que tudo corre bem e ambos vivem felizes para sempre... A história do rapaz que se apaixona pela rapariga mas que as famílias não querem, a história do rapaz que se apaixona pela rapariga mas que não sabe, e no último minuto descobre e ainda a conquista. O velho que descobre o amor num canto escondido do Universo. Enfim... Será que em Hollywood só há casais felizes? Estará isso apenas ao alcance de alguns seres predestinados... Nós os meros mortais conseguiremos alcançar a parte do "... e viveram felizes para sempre...". Analiso todos os factos e a resposta é fácil: "Não!!!". Todos os dias vemos discussões intermináveis entre casais e o número de divórcios aumenta irremediavelmente. Tudo isto leva-me a pensar para quê o amor e paixão se o nosso único objectivo é fazer com que a raça humana habite mais uns anitos na Terra...
O problema é o meu lado romântico... Olho para o que disse antes e penso... Não pode ser! O nosso objectivo na vida não pode ser o mesmo que o resto dos animais que se limitam a "amar" para dar continuidade à espécie... Que mundo cinzento seria esse... Ponho-me a pensar em todas as coisas belas que nos são oferecidas, como o nascer e o por de sol... e dou por mim a ver aqueles casais de velhotes sentados num banco de jardim com ar de adolescentes que vivem o primeiro amor... vejo um casal babado que passeia o seu filhote à beira mar, sorridentes, como que a mostrar ao mundo que o seu descendente é o melhor à face da Terra... e depois penso em todas as grandes lendas da História do amor, como D. Pedro e D. Inês de Castro, Romeu e Julieta e tantos outros... e finalmente grito: "Não pode ser!" Se não existisse o amor eterno, estes factos que enumerei não seriam possíveis... Estas histórias não existiriam... mas hoje o meu lado romântico não ganha… Afinal quem disse que toda a gente tinha uma cara metade. O mito de Androgenia dizia que inicialmente só havia um ser poderoso, que era de ambos os sexos, e os Deuses com medo desses seres resolveram separa-los formando macho e fêmea e estes passavam o resto da vida a procura da sua metade. Se calhar eu não fui dividido… Porém os deuses não têm nada que se preocupar… Acho que não sou assim tão poderoso… Deve ser isso mesmo… Não deve existir a minha cara metade. Provavelmente foi um erro meu…. Sempre vivi a vida baseado em metas – acabar o curso, arranjar emprego, casar, ter filhos… - em vez de me basear em objectivos, um tão simples quão ser feliz... E neste momento estou perto de alcançar o meu novo objectivo… ser feliz… Sou totalmente independente, posso comprar praticamente tudo o que quero, tenho os melhores amigos do mundo, quando quero arranjo umas “amigas coloridas”… Não me posso queixar… De repente tudo parece fazer sentido… A minha história pelos vistos tem outro final: em vez do comum e viveram felizes para sempre, deve ser e viveu feliz para sempre…
Devaneios... Nada mais...
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1 comentário:
no outro dia vim um filme do Woody Allen que no fim conclui com este pensamento: as relações humanas podem ser comparadas com esta anedota "um homem vai ao psiquiatra e afirma que o seu irmão está maluco pk acredita ser uma galinha."então trá-lo cá para resolvermos isso" disse o médico."não posso - afirmou o homem - depois como é que eu consigo que ele me dê os ovos?".
acho que é mais ou menos assim, não sou grande coisas com anedotas. aliás, a unica que sei de cor é esta : "queres que te conte uma anedota de trás para a frente?ahahahahahaha".
bom, mas a minha incapacidade para anedotas não interessa. as relações humanas são do mais complexo, do mais desgastante, do mais confusa que pode haver e no entanto continuamos a investir nelas. como poderiamos viver sem elas? não, não somos masoquistas. é apenas porque toda a sua complexidade fascina e porque sem duvida, elas compensam. e porque o universo está todo equilibrado. se reparares, no momento em que pensas que o melhor é fechar-me em mim próprio, logo a seguir és capaz de ver um casal de idosos a namorar ou um grupo de crianças a brincar e finalmente pensas: afinal vale a pena. até tudo o que é mau tem um aspecto positivo (o que não mata cura).
já agora, hollywood só se interessa com o resultado e não com o processo e é isso que leva as pessoas a desistirem. ok, o principe casou com a anónima empregada de balcão que afinal até era princesa mas que fora abandonada pelos reis kd era bebé. casaram e foram felizes para sempre. do casar ao felizes para sempre vai um longo longissímo percursso. mas isso não interessa pois não?! senão não seria um filme mas sim uma série de duração eterna e se calhar não com grandes audiências. logo, se calhar é melhor dar ás massas o resultado final e pronto. para quê deixá-los deprimidos?
enfim, realmente o caso D. Pedro e Dª Inês foi uma pena. já por Romeu e Julieta não punha as minhas mãos no fogo. afinal, tinham apenas 13 anos e a pessoa amada ser da familia rival só dava mais adrenalina. se eles tivessem fugido e lutado pela vida se calhar tinham feito melhor!mas não, forma pelo caminho mais fácil e ainda deixaram a terrivel sombra do crime passional.
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