Antes de mais quero dizer que há pessoas que devem ser autenticos génios incompreendidos... Por exemplo, quem se lembrou da célebre expressão "mente sã em corpo são" era brilhante... Até à altura o que se pensava? Bem... ou tenho uma mente sã ou tenho um corpo são... As duas é que não... É contra-natura... Ou pensavam: se cultivar a mente, não posso dar atenção ao corpo... "Deus" só nos deu algumas qualidades e se tentar aperfeiçoar as duas uma delas ser¡a descuidada e acabaria por ser posta de parte... Como essa há outras frases que fariam inveja a La Palice... mas isso não é o que me traz aqui hoje...
Um dia destes fui jantar com a minha amiga Regina à mais recente superestrada do consumismo da área do Porto - o Parque Nascente (mais conhecido pelo shopping de Rio Tinto). A conversa estava muito interessante até que vejo aproximar-se uma senhora de muitos quilos, com uma bata verde e branca a dizer SóLimpa de walkie tokkie na mão... O meu dia passou todo à frente dos olhos... Será que deixei cair algum papel no chão e ela vinha agora fazer-me pagar esse acto incivilizado? Não... Veio "expulsar-nos" do shopping... tinham de fechar (por um lado até foi melhor assim... mais humano e mais delicado do que aquelas vozes estridentes vindas do nada que anunciam: "informamos os nossos clientes que o estabelicimento está a encerrar. Por favor saiam com a máxima brevidade"). Mas ser "expulso" de um shopping... que degradante... mas isso nem foi o pior... o pior foi que esse acto cortou uma saborosa conversa... E agora, de repente, lembrei-me que entre inúmeros temas falamos de psicologia... do seu interesse, validade, etc. E da psicologia lembrei-me do workshop sobre liderança que fiz, de uns tipos de líder que existem e de como isso está presente no nosso quotidiano. Existem três tipos de líder segundo um trabalho de Kurt Lewin: o autocrático, ou seja aquele que diz quero posso e mando, que faz tudo segundo a sua vontade. Existe o laisser-faire, o deixa rolar, que se limita a observar o que se passa e deixar que as coisas se desenrolem sem tomar medidas, intervindo só quando é solicitado inequivocamente. E o terceiro tipo: o democrático, aquele que tenta dialogar com o grupo, chegar a um consenso, saber o que se passa, etc. Imagino que neste momento deves estar a pensar: mas o que raio queres dizer com isso? e o que interessa? Muito bem... aqui vai a grande bomba... Depois de pensar nisto, vi que no meu dia a dia, eu próprio adopto caracteristicas desses tipos de liderança, obviamente adaptadas para o contexto da vida diária e não no da gestão de grupos. A parte do autocrático acho que não faz muito o meu estilo... não tenho jeito para isso mas acerca dos outros dois: o democrático e o laisser-faire... Apercebi-me que normalmente tento dar-me bem com as pessoas à minha volta, dialogar com elas, partilhar ideias, ter discussões, etc. ( a parte do democrático obviamente...) e quando acho que as pessoas deixam de merecer confiança, ou simplesmente "não estou para aturá-las" passo para o laisser-faire, ou seja deixa-las a pensar e falar sozinhas e a fazerem o que querem sem me importar com isso. E foi isto que achei interessante... como uma coisa que alguém escreveu há uns poucos de anos atrás se pode aplicar tão bem ao comportamento das pessoas à nossa volta, e como afinal a psicologia não é um bicho de sete cabeças sem interesse nenhum como tantas pessoas o fazem crer.
Vamos aprender com os nossos erros passados e actuais para que estes não assobrem o nosso futuro :)
Devaneios... Nada mais...
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